O Brasil tem hoje 3,4 milhões de
pessoas em situação de insegurança alimentar, o que corresponde a 1,7% da
população nacional. Essas estatísticas colocam o país na lista de nações que
superaram o problema da fome, de acordo com a FAO (braço das Nações Unidas para
alimentação e agricultura).
“O combate à fome é uma questão
política, de vontade e interesse dos governantes”, afirma Jorge Chediek,
representante do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) no
Brasil.
O Brasil é um dos sete países
analisados em maior profundidade em relatório sobre o estado 2014 de
insegurança alimentar no mundo, divulgado nesta terça-feira (16) pela FAO.
Segundo a agência, 805 milhões de pessoas sofrem fome no mundo (11,3% da
população mundial).
Para Anne Kepple, consultora da
FAO, o Brasil atingiu esse patamar devido a “dezenas de políticas articuladas”,
citando como exemplo o programa Bolsa Família, a construção de cisternas no
Nordeste e o programa nacional de alimentação escolar. “Já nos ano 90 a
movimentação do Betinho (…) colocou em pauta a questão da fome no Brasil”,
disse ela.
“Proteger populações mais
vulneráveis deveria ser uma das prioridades agora, já que esse [fome] não é
mais um problema estrutural”, disse Eve Crowley, representante regional adjunta
da FAO para América Latina e Caribe. Na visão da FAO, incluir comunidades
indígenas, quilombolas, ribeirinhos e mais afastadas estão entre os novos
desafios.
Ainda segundo o relatório, 20% dos
adultos brasileiros são obesos. Na população infantil (menos de 5 anos), esse
percentual de sobrepeso é de 7,3%.
HAITI
A América Latina e Caribe foi a
região que mais avançou no tema desde a década de 90, referência para os
Objetivos do Milênio, que definiram como meta a redução à metade da proporção
de pessoas que sofrem com a fome em relação ao total de habitantes no mundo.
Nesse período, a região reduziu
45,9% o número de pessoas que passam fome. O Haiti aparece com a situação mais
grave na região: 51,8% de sua população está subnutrida.
Folha Press
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